Photo Antiga.
Em algum domingo à tarde, irei me ver em algum sofá vazio, assistindo algum resquício de poluição sonora, visual, qualquer coisa que me causa a sensação de lavagem cerebral.
É cultural no ser humano se ver assim algum dia, a vontade inquietante que as pernas se movimentem aumenta enquanto os olhos fixam nas pontas dos dedos dos pés, fazendo parecer em chamas; nada melhor que uma lembrança pra aliviar o tédio, ou alguma arrumação e como uma lembrança nunca é destinada no início, começa-se a colocar as coisas nos lugares, uma caixa ali, uma poeira ali enquanto nada de produtivo surge na sua cabeça, sua vida vai passando diante dos seus olhos em pedaços de papel, contas pagas e a pagar, aquela etiqueta de bagagem da sua ultima e da sua primeira viajem.
Os meus, os seus, ou apenas os olhos passam por aquela caixa jogada ao canto, coberta de terra dos ventos, aquela que trouxeram conforme os anos aconteciam sobre o porão, a primeira impressão ao abrir o teu passado é o quanto ele foi bom e você não percebeu, notei numa foto escurecida por debaixo de uma luva, uma bolinha, que meus olhos brilhavam mais ao lado dos seus, ou na direção dos mesmos, seus cabelos se esvoaçavam mais contra o vento, pareciam à brisa do mar tocando meu rosto. E descubro que olhar uma foto só serve mesmo pra saber o quanto você era mais bonito ou quanto eu era mais jovem, passamos a vida inteira esperando a velhice nos condenar como se ao momento que estivermos nela, ainda poderemos fazer tudo aquilo que deixamos pra depois, sem saber, que o depois às vezes é tarde.
Considero fotos como revistas de beleza, elas só servem mesmo pra nos mostrar o quanto somos feios, alias, elas só querem nos convencer disso por mais que se frustrem quando não conseguem. Consagremos o amor que cultivamos durante toda essa vida e diante de vinte anos de estrada ou alguns meses caminhando juntos, exaltemos o desejo que podemos intensificar pelos próximos cem anos e se não se importar com a idade que tinha antes, que tem agora ou que terá depois, vou te falar no prazer de ser amada, querendo repetir todos os dias o arrepio frio do carinho quente, que nos fazemos ao dormir; assim quem sabe, me livro do domingo sozinho, entediado e desesperado, livro-me do Domingão do Faustão que vai durar mais ou menos mais trezentos anos na televisão.
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Sobre!
- 'Larissa Morais
- Ituverava, SP, Brazil
- Gosto dos venenos mais lentos das bebidas mais amargas, das drogas mais poderosas, das idéia mais insanas, dos pensamentos mais complexos, dos sentimentos mais fortes… tenho um apetite voraz e os delírios mais loucos. Você pode até me empurrar de um penhasco que eu vou dizer: - E daí? Eu adoro voar! Não me dêem fórmulas certas, por que eu não espero acertar sempre. Não me mostrem o que esperam de mim, por que vou seguir meu coração. Não me façam ser quem não sou. Não me convidem a ser igual, por que sinceramente sou diferente. Não sei amar pela metade. Não sei viver de mentira. Não sei voar de pés no chão. Sou sempre eu mesma, mas com certeza não serei a mesma pra sempre!
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