Seus olhos tremiam em pavor, estavam em ponto de fecharem-se, para assim, dar vida a outro mundo. Um mundo escuro, conhecido por poucos, odiado por todos. A escuridão aproximava-se mais e mais, estaria àquela mulher, então, o observando? E o que a sua terrível expressão de pavor queria mostrar?

Ouviu um estranho barulho agudo, água contra água. Olhou para seus pés, tentando enxergas algo na escuridão que se encontrava. Vermelho, estava vermelho. Sangue contra Sangue. Estava sangrando. Procurou por algum vestígio de dor. Nada. Apenas o barulho, repitia-se novamente, e novamente. Seu pulso sangrava, demorou para que percebesse.

Gritos vinham da mulher parada a sua frente. Não sabia o que tinha feito, por um breve esquecimento, tinha medo do que estava para acontecer, medo de um futuro distante, que agora muito próximo, estava a dissolver-se. Tentou levantar a mão, sua intenção era tocar o rosto daquela pobre assustada, mas a mesma afastou-se. Ficou confuso.

Braços o puxavam para longe dela, queria ficar ali, não queria ir embora. A fina pontada que sentiu no braço não durou muito, mas foi o suficiente para fazê-lo parar de lutar, para que assim, caísse ao chão, sangrando, pálido, inconsciente.

Mesmo depois de acordado, nada estava certo. Seu quarto era diferente e branco. Não estava em casa, como pôde perceber. Mas afinal, de quê importava onde estava? Ali talvez, a morte viesse mais rápido. Esperava que sim.